terça-feira, 3 de abril de 2012

propaganda

PROPAGANDA
Nada vendes, não entendo
Porque um bónus tu me dás
Se afinal também não vendo
O silêncio que te apraz

Porque me usas assim
Quando eu me dou por inteiro
Se o feitiço no fim
Vira-se contra o feiticeiro

Bónus, não dês, que não quero
Pois os teria se quisesse
Bónus é presente austero
Quando há por traz interesse




PORTIMÃO . 16/09/1998


MANUEL FERREIRA MARQUES

conversa astral

CONVERSA ASTRAL

Lembras-te minha mãe, há quanto tempo
Tu me desventraste para o mundo
Bendita sejas, mãe, pelo sofrimento
Merecias ter tido um viver jucundo

Lembras-te minha mãe, quanto cuidado
Eu te dei, p'la vida fora,até partires
Bendita sejas, mãe , pelo teu fado
Bendita sejas, mãe, por me parires

Continua, minha mãe, no além morte
A dar o teu desvelo neste meu trilho
Perdoa-me se merecer, o teu perdão

Eu sigo, cá na terra, entregue à sorte
Por vezes minha vida não tem brilho
tudo passa, quarenta e oito, já lá vão...


PORTIMÃO: 18/07/1998


MANUEL FERREIRA MARQUES